terça-feira, 24 de agosto de 2010

sou um PQD!



Dias atrás vivi, sem dúvida nenhuma, uma das melhores experiências da minha vida. Um momento grandioso em que percebi que o tempo contado pelos homens não significa nada quando não se está no solo e que a visão dos pássaros é a mais privilegiada de todas. Estou referindo-me a o meu primeiro salto de pára-quedas.

Nós temos o desejo de realizar certas ações e dizemos “um dia vou fazer tal coisa”. Talvez uma atividade física, ler um livro, viajar, comprar algo ou qualquer coisa de maior ou menor importância. Mas nos falta sempre oportunidade, tempo, coragem, dinheiro ou até inventados uma desculpa fajuta para não realizar. Entre muitas coisas que desejava fazer estava o de saltar de pára-quedas, mas a oportunidade que tinha nunca se concretizava por algum outro motivo.

O Céu e o solo do meu estado, Roraima, segundo informações de amigos especialistas na área, estão entre os melhores do mundo para esse tipo de atividade esportiva. De repente, num dia que eu não esperava a oportunidade surgiu num lugar longe de casa, na cidade de Santarém no Pará. Eu e mais quatro amigos, nos escrevemos no curso de duração de dois dias, para assistir as aulas teóricas num dia e no outro já estava marcada o grande salto.

Os instrutores do curso demonstraram ser extremamente qualificados, nos repassando segurança o tempo todo, trazendo mensagens motivacionais e encorajamento para o salto. Para você ter uma ideia eles são avaliadores de instrutores, isto é, são responsáveis de promover quem pode ou não ministrar curso de pára-quedismo dentro da Confederação Brasileira de Pára-quedismo –CBPq, além de possuírem cursos na área militar como PARASARS, Forças Especiais entre outros. Apesar de toda essa segurança repassada, esta ainda não era suficiente para diminuir o medo e a ansiedade a algo desconhecido e que meche com a vida. O pára-quedismo apesar de toda a segurança que o esporte possui, é considerada uma atividade de alto risco.

O momento então chegou. Embarcamos no avião e pedimos a Deus que tudo desse certo. E tudo aconteceu de modo maravilhoso conforme o previsto. No alto, a 4500 pés de altitude, saltados um a um na modalidade static line, onde o pára-quedas se abre automaticamente sem a ajuda do operador. Confesso que o medo era enorme, mas quando sai da aeronave ao ar livre, depois de uns 5 segundos com a memória em branco, ao abrir os olhos e ter a sensação de ver um mundo da mesma perspectiva dos pássaros é indescritível. O verde da floresta, o azul do Rio Tapajós é surpreendente e magnífica. No céu não se escuta nada, além do vendo soprando nos seus ouvidos. Na aterrissagem a sensação de felicidade e de superação de mais um desafio na vida é enorme, senti-me naquele momento mais perto de Deus e feliz por contemplar suas maravilhas de uma forma privilegiadas que poucos homens ousaram a desafiar.

Agora sei: "a vida não é medida pelos momentos que respiramos, mas pelos momentos que nos fazem prender a respiração".

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