quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Oração sem Nome


Antes de ser militar, em um livro antigo dos anos de 1980 o qual não recordo o nome, encontrei um texto da oração a baixo. Dizia a introdução que foi encontrada num bolso de um soldado morto nas trincheiras da 2ª guerra. Até agora não descobri se era verdade ou não, mas quando a leio sinto algo de sincero, porque também sou combatente e um combatente conhece o coração do outro. Somente os que têm alma de militar sabem sentir o que aquele soldado anônimo disse nessa carta. Ele passa em palavras simples que mesmo em meio ao inferno criados pelos homens, que são os conflitos armados, é possível abrir o coração e receber o toque um Divino, que em grandes tribulações, um homem imerso em a tanta desgraça e crueldade irá perceber de forma sobrenatural que ainda vale a pena respirar fundo, levantar a cabeça e lutar por seus objetivos, sua missão, nem que isso custe sua própria vida.



"Escuta,Deus,
jamais falei contigo.
hoje quero saudar-te. Bom dia! como vais?
Sabes? disseram-me que tu não existe...
e eu,tolo, acreditei que era verdade,
nunca havia reparado a tua obra.
Ontem à noite, da trincheira
rasgada por granadas
vi teu céu estrelado
e compreendi então que me enganaram.
Não sei se apertarás a minha mão.
Vou te explicar e hás de compreender.
É engraçado: neste inferno hediondo
achei a luz para enxergar o teu rosto
dito isto; já não tenho tanta coisa a te contar:
só que... que... tenho muito prazer em conhecer-te.
Faremos um ataque a meia noite
não sinto medo,
Deus; sei que tu velas...
ah! é o clarim! bom Deus, devo ir embora
gostei de ti, vou ter saudades.
Quero dizer: será cruenta a luta, bem o sabes,
e esta noite pode ser que eu vá bater-te a porta!
Muito amigos não fomos, é verdade!
mas... sim, estou chorando
vês, Deus, penso que já não sou tão mal.
bem, Deus, tenho de ir.
sorte é coisa rara:
juro porém: já não receio a morte."

Ao outros tantos soldados anônimos que lutam, vencem e morrem que existem pelo Brasil e o mundo ofereço essa reflexão

Um comentário:

Unknown disse...

O autor desse poema, quem o sabe?
Foi encontrado em pleno campo de batalha, no bolso de um soldado americano desconhecido, do rapaz estraçalhado por uma granada, restava apenas intacta esta folha de papel:
Esculta Deus...
Quando conheci esse poema tinha uns 8 anos, não entendia muita coisa, mais gostei a tal ponto que ficou guardado na minha memoria, e quando tinha 16 o vi em um livro e recordei, desde então nunca mais esqueci! Regineide S. Xavier